Surf e presença absoluta caminham juntos sempre que a prancha encontra a onda e o tempo parece desacelerar. Conforme informa Ian Cunha, quem entra no mar carregando preocupações, notificações e pensamentos dispersos dificilmente encontra o equilíbrio necessário para remar, levantar e permanecer em pé. A cada série que se aproxima, o surfista é convocado a uma escolha radical: ou está inteiro naquele segundo, ou perde a oportunidade.
Não há atalho tecnológico, apenas consciência, leitura de ambiente e resposta precisa do corpo. Essa mesma lógica vale para a vida cotidiana. Leia ainda mais sobre essa temática agora mesmo:
Surf e presença absoluta: o agora como única rota segura
Surf e presença absoluta começam pela compreensão de que o mar muda a cada instante. Correntes, vento, formação de ondas e profundidade não permanecem estáticos, e ignorar esses sinais é convite ao erro. De acordo com Ian Cunha, o surfista que tenta repetir mecanicamente o movimento da última manobra, sem ler o contexto atual, perde tempo e energia. Ele precisa alinhar percepção, respiração e tomada de decisão ao que está acontecendo exatamente naquele momento.

Essa atenção radical ao presente cria um senso de responsabilidade que também se aplica fora da água. Em reuniões, negociações ou conversas difíceis, a postura de estar inteiro reduz ruídos, impulsividade e respostas automáticas. O foco no agora ajuda a filtrar o que é realmente relevante, evitando que emoções passageiras comandem a cena. Assim, a mesma disciplina que mantém o surfista em pé sobre a prancha pode orientar escolhas mais conscientes na carreira, nos estudos e nos relacionamentos.
Leitura das ondas interiores
Surf e presença absoluta não dizem respeito apenas ao ambiente externo, mas também ao que acontece dentro de cada pessoa. Medo, ansiedade, euforia ou excesso de autoconfiança são “ondas internas” que interferem diretamente na performance. Como alude Ian Cunha, o surfista que ignora seu estado emocional corre maior risco de tomar decisões impulsivas, forçar manobras fora do momento certo ou desistir antes da hora. Reconhecer o que se sente é parte essencial do processo.
Ao treinar essa leitura interior, o praticante desenvolve um vocabulário mais refinado para nomear e regular suas emoções. Em vez de apenas “estar nervoso”, ele identifica se sente insegurança, pressa, frustração ou cansaço. Essa clareza diminui a chance de agir no automático, ampliando a liberdade de escolha. Na vida prática, essa habilidade se traduz em menor reatividade, maior capacidade de ouvir críticas e mais serenidade para enfrentar contextos de alta pressão, como prazos apertados ou mudanças inesperadas.
Vida profissional e pessoal
Surf e presença absoluta também oferecem um contraponto ao ritmo fragmentado em que muitas pessoas vivem. Notificações constantes, multitarefa e sobrecarga de informações criam a ilusão de produtividade, mas frequentemente geram cansaço e baixa qualidade de entrega. Assim como destaca Ian Cunha, ao treinar a mente para estar em um único lugar por vez, seja na onda, seja em um projeto, a pessoa ganha profundidade e consistência. Ela passa a completar ciclos em vez de colecionar tarefas iniciadas.
Na dimensão pessoal, essa mesma atitude aprofunda vínculos e melhora a qualidade do tempo com quem se ama. Estar presente significa escutar sem interromper, guardar o celular, perceber expressões, silêncios e necessidades que não são ditas explicitamente. A presença absoluta, aprendida e reforçada em cada remada, torna encontros mais significativos e conversas mais honestas. Aos poucos, o estilo de vida deixa de ser marcado por distração constante e passa a valorizar momentos que realmente constroem memória.
Surf e presença absoluta como prática diária de atenção
Em síntese, surf e presença absoluta mostram que foco no agora não é um conceito abstrato, mas uma habilidade treinável, repetida onda após onda. Como ressalta Ian Cunha, quem aprende a habitar o presente com mais inteireza descobre que o desempenho não é fruto apenas de talento, e sim de atenção disciplinada. Ao trazer para o dia a dia a mesma presença exigida pela prancha, cada pessoa passa a surfar melhor não apenas as ondas do mar, mas também as ondas inevitáveis da própria vida.
Autor: Aleksandr Ivanov
